IRMÃ
Desde o começo foi “Mãe - Irmã”
Instinto de protecção
de quem ainda criança
Eternizado no preto e branco
dos álbuns de família.
Lá longe...
Na penumbra de um passado difícil
Por entre as vozes aflitas
(que hoje ainda escuto)
Distingo...
O seu olhar doce e meigo
Oiço...
A sua voz sábia e conselheira
Sinto...
O seu abraço, guardião do meu medo
Não esqueço...
A sua presença em silêncio,
como gotas de paz
naqueles dias sem fim !
Foram ...
Cúmplices secretas
do mesmo barco à deriva,
Companheiras fieis
da mesma angústia impotente,
Testemunhas prisioneiras
dos mesmos receios e lágrimas.
E naquele tempo...
Elas quase se perderam
na neblina estonteante
de uma casa sem norte.
Mas... O amor não sucumbiu!...
Reuniu os pedaços,
deixados caídos lá atrás,
Juntou os destroços
e fragmentos perdidos..
Cresceu, venceu, e ganhou forma...
A forma de um nó cego,
Um nó sem falha, indissolúvel,.
Um laço muito mais forte e bonito
que a partilha da cor do sangue !
Uma ligação Superior
porque escolhida e declarada
todos os dias das nossas vidas...
Um nó cego, surdo e mudo (!!!)
que irá manter as duas juntas
Até ao fim dos tempos !!!
Cláudia (Natal 2005)

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