quarta-feira, outubro 19, 2005

NATAL TRISTE

Senti ao longe o odor
o sabor amargo
de outras noites.

Noites iguais
cópias de tantas outras.

Noites frias,
Noite nuas,
vazias de alegria
despidas de calor humano.
Noites que quis esquecer
Guardar eternamente
nos recônditos mais secretos
das minhas memórias.

Mas...noites!

Noites que todos anos se (re) acendem
como vulcões adormecidos,
que sobressaltam o meu espírito
e trazem de volta
o gosto amargo de ontem.

Noites que o pai natal me devolve
em jeito de melodia triste
que, sem eu queira,
me embala
lembrando-me
a tal criança... sem colo.

Cláudia
Dezembro 2001