quarta-feira, outubro 19, 2005

PAI

É a tristeza somente
a maior saudade do mundo,
como se parte de mim
estivesse suspensa no ar
(no céu ???)
Uma parte de mim que partiu
Que não mais vai voltar.
Algo que buscarei
incessante, sem resposta.

Algo que sinto crescer
em cada dia que passa,
como uma folha em branco
de um livro sem palavras.
Um livro que amareleceu
sem tempo para ser escrito.

É assim que te sinto,
algo que nunca se definiu
nem sequer teve nome
mas que existiu sempre:
no mais fundo de mim!
Umas vezes escondido,
algures revelado,
num ou outro acaso
de um momento partilhado.
Algo que quis revelar
mas que o orgulho ocultou.
Algo que o nosso passado
quis arrancar de mim própria.

Mas...
o amor foi-se revelando
em cada batalha mais dura,
em cada luta por uma vida...
que acabou por morrer.

Amo-te Paizinho.
Hoje e sempre.

Cláudia
Março 1999