O MEU NATAL
Observo a correria
os últimos abraços
os desejos de uma noite feliz...
Observo as ruas enfeitadas
(muitas em que ainda não tinha reparado)
A magia das luzes ao cair da noite
que, mesmo pobres, nas lojas, mercearias ou cafés,
encenam juntas um cenário de fantasia,
palco perfeito para um bonito conto de natal...
Observo as pessoas, os sorrisos...
E imagino as noites felizes que encherão
milhares de casas de alegria, conversas,
gargalhadas, puro prazer por estarem juntos...
Imagino Mães, Pais, Vôvôs, Vóvós e netinhos.
Imagino até "segundas famílias" que batem à porta
e são recebidas em clima de euforia para se juntarem
àquele momento de celebração.De Amor.Partilha.Afecto.
São Tios, Tias, Primos e Priminhas que imagino,
num matar de saudade, nem que seja só naquela noite...
Era esta a noite que eu queria (sempre quis!) para mim.
Talvez por isso, sempre que o sol se põe no dia 24 de Dezembro,
sou caiada por um manto espesso de nostalgia, repleto dos sonhos
da menina que continua a olhar a neve cair lá fora, à espera que o
Pai Natal apareça subitamente nos céus e, numa espectacular acrobacia
que só o trenó das suas renas sabe fazer, desça suavemente, entre na sua casa e a encha de alegria e muita animação.
Neste natal, enquanto me perdia nestes pensamentos
redundantes e difusos ...Ele veio!
Para me segredar suavemente ao ouvido...
"Vem comigo fazer uma rápida viagem". ..
Viajámos na pobreza, na doença, na falta de abrigo,
na solidão total, na degradação da espécie humana!...
"Vês?", disse-me enquanto me ajudava a descer do trenó,
"O teu Natal é maravilhoso"!!!
Eu fiquei da cor do fato dele, as palavras fugiram-me e,
quando ele me fez uma festa na cabeça e foi embora...
eu dei duas bofetadas a mim própria, entrei numa loja
e fiz, pela primeira vez, um centro de mesa com velas
vermelhas e prateadas para oferecer à minha mãe !

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