A NOITE
Eu mulher,
menina indecisa,
vagueando nas luzes
voando na música
na noite de Lisboa.
A multidão
colorida, embriagada,
empurra-me
enebria-me
faz-me sentir...quem não sou!
À minha volta
um amontoado de rostos
rostos sem nome
alguns sem mais nada
rostos, apenas.
rostos de gente
(gente que sou!)
Gente gira,
gente feia,
gente vestida
de falsas imagens.
Gente com vida
gente vazia
mas...gente!
Gente presente...e ausente!
Corpos sem mente
que se arrastam
na multidão anónima
de uma noite sem destino.
Corpos confusos,
de gestos perdidos,
que se embalam
no fumo de um cigarro
num copo brilhante
que insiste
em estar vazio...
Apenas gente.
Gente que me abraça
numa valsa de fantasia
onde nem eu
me conheço,
onde é dificil encontrar-me.
E é nesse instante
que procuro as estrelas
Não vejo nada..
só noite.
Uma escuridão que me afaga
como uma noite
de amor,
uma cegueira que arde
todas as minhas certezas...
Procuro a razão.
É a verdade que anseio.
Continuo irracional.
Ofusco e apago
tudo o que penso doer-me.
Afasto (não nego)
a realidade sofrida.
Abraço (é certo)
a fantasia
que me é querida!!
Bloguie (98)

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